Como o Brasil deve reagir à nova taxação de 50% imposta por Trump

25/07/2025

“Diante desse cenário, o governo brasileiro estuda medidas compensatórias, como a aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica”

Por André Luiz A. Santos* — Como o Brasil deve reagir à nova taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre seus produtos?

A taxação de 50% imposta pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros, com início previsto para 1º de agosto de 2025, representa um dos mais severos entraves comerciais enfrentados pelo Brasil. O impacto será sentido em diversos setores, com destaque para o agronegócio, que mantém alta dependência das exportações para os Estados Unidos. No caso do suco de laranja, por exemplo, a tarifa pode elevar a carga fiscal total para até 70%, afetando diretamente a competitividade do produto. A consequência mais imediata deve recair sobre a rentabilidade dos produtores, especialmente no estado de São Paulo, e também sobre os empregos gerados pela cadeia citrícola.

Outros produtos agrícolas, como o café e a carne bovina, também devem sofrer retração nas exportações. A indústria brasileira, por sua vez, pode enfrentar perdas significativas em segmentos, como aeronaves, autopeças e máquinas, setores que tradicionalmente mantêm presença comercial relevante no mercado americano. A balança comercial brasileira pode ter perdas consideráveis.

O câmbio também pode ser impactado, elevando os custos de importações e impactando a inflação.

Diante desse cenário, o governo brasileiro estuda medidas compensatórias, como a aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica, além do estímulo à diversificação de mercados e à valorização do consumo interno, o que nos prece insuficiente.
Publicado em Correio Braziliense

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